quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Filosofia (Para Pensar)



Será?

Como disse o grande filósofo pré-socrático Heráclito:
- A lógica que move o mundo se resume na transformação.
Nada permanece igual, afinal o ser humano se sintetiza a partir da ideia do ato e potência, ou seja, você não é mais aquele que foi ontem e tampouco será o que foi há poucos instantes atrás.
Ao mesmo tempo o Filósofo Parmênides dizia que a lógica é a identidade presente na essência dos seres imutáveis.
Dúvida: Se você se transforma ou carrega uma essência dentro de si, então como se auto define?
E agora? Qual é a lógica diante o antagonismo das informações descritas?
A lógica é um organón, titulado por Aristóteles, o criador da lógica propriamente dita.
A logica não é uma ciência, pois cada qual tem a sua razão e cabe a nós compreendermos o real sentido de todas as coisas, mutáveis ou imutáveis. Logicamente falando, esta é somente um instrumento que compreende a todas as ciências, pois norteiam os caminhos das quais ainda desconhecemos, porém estamos sedentos pela curiosidade na busca incessante da verdade, independente dos obstáculos que nos acercam. Nossas armas para essa batalha são: a argumentação e a proposição.
E agora? Vamos à luta?
Corremos contra o tempo e lutamos contra as incertezas do nosso dia a dia, ainda mais quando descobrimos que a lógica apenas busca uma forma e não tem um compromisso leal com a verdade.
Ó Silogismo (argumentos)! Preciso de premissas coerentes que possam enaltecer uma ideia sem que ela se destrua por uma falácia. Faltam-me armas suficientes que justifiquem o porquê de continuar lutando.
O que fazer nessa situação?
Mesmo que às vezes as premissas nos mostrem falácias, a lógica da vida se faz presente a partir do momento que os nossos argumentamos apresentam uma conclusão, pois somos movidos pela saber.
Diante o referido argumento nos rearmamos e de cabeças erguidas e mentes abertas vamos a batalha a fim de manter a inferência nas informações para que nenhuma ideia falaciosa possa nos tirar a lógica de ser o que realmente somos.
O caminho se fecha quando nos deparamos com o seguinte problema:
S é igual P e S não é P.
Todo é S é P e nenhum S é P.
Alguns S são P e alguns não S não são P.
Então o que é S ou P?
Quais das ideias poderão firmar um compromisso leal com a verdade?
Será que todas as coisas existem?
Será que estou viajando ao pensar?
Será que os meus pensamentos me levarão a verdade?
Será...
Os "Ses" indicam que precisamos duvidar da existência de tudo, caso contrário o conhecimento adquirido se perderá na barca que a conduz o esquecimento.
Vamos recorrer rapidamente ao Filósofo René Descartes, o pai da Filosofia Moderna, onde ele nos guiará com sua teoria e aprendizado. Assim recarregaremos as nossas energias e munidos de força refutaremos o que tanto nos afligem os tais ses e por quês...
Para atingir a verdade é preciso duvidar de tudo, exceto da dúvida, pois ela é a única forma de conhecimento seguro (dúvida metódica).
Vamos engrandecer a dúvida e questionar todas as coisas, levando-a num estado hiperbólico, cujo objetivo é encontrar uma verdade que justifique uma conclusão lógica.
Nosso grande mestre René Descartes no indicou um método fácil e de compreensão sucinta, a qual ele denominou de Método Cartesiano, que referencia o seu nome em latim, "Renatus Catesius"
Iniciaremos o processo apresentando todas as dúvidas, sejam elas dubitáveis ou indubitáveis, passando-as pelo funil da verdade e filtrando somente as ideias indubitáveis para análise ( pensamento).
Embraveçamos ao analisar e dividir o máximo das coisas em sua unidade de composição, estudando do simples até o mais complexo, agrupando novamente as unidades estudadas em um todo verdadeiro e enumerando todas as conclusões e princípios utilizados, a fim de manter a ordem do pensamento por meio de uma revisão para chegarmos ao nosso objetivo, à verdade. (Evidência, Divisão, Ordem e Enumeração)
A verdade é a uma ideia que sobrevive a qualquer tipo de dúvida.
Se ela sobreviveu, é por que se trata de uma verdade, seja ela inata (própria do indivíduo), adventícia (adquirida) ou imaginativa.
Agora percebemos o sentido da frase Cogito Ergo Sum - Penso logo existo, a partir do princípio da correspondência.
Tudo existe, a partir do momento que começo a pensar, questionando a minha ideia e as transformando em verdade, caso ela sobreviva.
O pensamento nos levará a existência das coisas, ou seja, se eu consigo pensar em algo, quer dizer que corresponde a um objeto real.
O unicórnio propriamente dito não existe mais a partes que o formam correspondem a um objeto real, logo ele existe, pois se trata de uma verdade imaginativa.
O Homem é um ser aberto, capaz de descobrir, inventar e criar, norteando os seus passos pela curiosidade do saber, munido por sua filosófica e buscando incansavelmente uma lógica pautada na fundamentação do conhecimento, pois o verdadeiro sábio é aquele que reconhece a sua própria ignorância e a partir dela nasce para buscar a sua própria identidade, ou seja, a sua verdade inata, segundo o Pai da Filosofia Humanística - Sócrates.

Autor: Professor Cássio






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